Canções que registram as
imagens desse povo que ainda vive nos fundos de corredor, ou nos ranchos de
beira de estrada. Tropeiros, alambradores, posteiros, esquiladores,
bolicheiros, peões de estância, domadores. Personagens reais que o tempo
insiste em apagar, mas não consegue. Basta um domingo de carreiras e lá estão
eles. Nas margens das canchas retas, improvisando um jogo de tava e soltando seus versos onde a balaca de cada
paisano é pura poesia pampeana. 'Não é só butiá que dá em cacho', 'Água que se
queima o rancho' e por aí afora. E – de repente – já está na hora de mais uma
penca... ainda hoje posso divisar nos caminhos da memória um Dom Segundo (já no
fim da vida) mal e mal se segurando em riba do seu pingo e apostando os pilas,
que trazia dobrados na guaiaca, com um 'gaucho' chamado Torquato Flores, mui
conhecido por pajador e calavera. O coimeiro, finalmente dá por terminadas as
apostas. O tempo parece que para nesse momento... os parelheiros aparecem no
partidor... e – como acontece há mais de dois séculos nessas lonjuras da
fronteira – ouve-se a frase famosa, que parece haver nascido com o primeiro
campeiro, mescla de índio, negro e branco, que povoou estas bandas: 'Já se vieram!'.
Já se vieram!
Melodias e interpretação: Marco Aurélio Vasconcellos
Letras: Martim César Gonçalves
Arranjos: Marcello Caminha
Lançamento oficial: dia 27 de julho, teatro Bruno Kieffer,
Casa de Cultura Mario Quintana – Porto Alegre – RS – 20:00
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